Crescem roubos a estacionamentos pagos em SP
Nos últimos 12 meses, foram 150 roubos em estacionamentos só na cidade de São Paulo. Em cada assalto, as quadrilhas levam em média três carros, usados para outros crimes ou acabam em desmanches.
Os brasileiros de São Paulo que usam um carro pra se deslocar pela cidade ganharam uma preocupação a mais além dos custos de manutenção e do trânsito. A reportagem de Alan Severiano explica o motivo.

Foi dirigindo, voltou de táxi. Quando chegou ao estacionamento, Thiago descobriu que o carro dele e outros cinco veículos tinham sido roubados.

“Pago estacionamento pra quê? Fiquei chateado, é lógico”, contou o designer de jogos Thiago Girello.

As imagens do circuito interno do estacionamento mostram que os bandidos não se intimidaram. Semanas depois, sete homens invadiram o local, fizeram manobras e levaram mais três carros.

Em geral, os assaltos são praticados por grupos de pelo menos quatro bandidos. Eles costumam roubar os carros à noite e de madrugada. Nesses horários, é menor o número de clientes, o que facilita a fuga.

Nos últimos 12 meses, foram 150 roubos em estacionamentos só na cidade de São Paulo. Em cada assalto, as quadrilhas levam em média três carros, que são usados para realizar outros crimes ou acabam em desmanches.

Depois de ser assaltada duas vezes em menos de um ano, uma garagem tem agora um segurança particular. Apenas 30% dos carros roubados são localizados.

Um gerente, que não quer ser identificado por medo de represálias da polícia, diz que o crime não tem sido combatido.

"Eles não tomam atitude nenhuma. A gente deveria receber, no mínimo, no local do crime algum investigador e nem isso ocorre. Boletim de ocorrência é uma mera formalidade para gente dar entrada nos sinistros em relação aos seguros", acredita.

“Todos os boletins de ocorrência são investigados. Não são só 30%. A gente trabalha no sentido de que sempre pode se melhorar um pouco mais mas isso depende de tempo”, disse o delegado Jorge Carrasco, da Seccional Oeste de SP.

Para as vítimas, o conselho do Procon é exigir a indenização do estacionamento. “Ele pode até acionar o seu próprio seguro e posteriormente cobrar desse estacionamento todo o prejuízo, principalmente a perda de bônus”, ensina Roberto Pfeiffer, diretor-executivo do Procon SP.

Este empresário esconde o rosto porque teme uma reação de outros donos de estacionamentos.
Diante do número de roubos ele mesmo passou a deixar o carro na rua. "Hoje eu falo pra você que é mais seguro parar na rua do que no estacionamento", disse o homem.

Mas segundo a Secretaria de Segurança de São Paulo, só no primeiro semestre deste ano foram furtados 22.260 veículos, entre carro e motos, nas ruas da cidade.
FONTE: Jornal Nacional dia 13/10/2009
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