Nas ruas, há muitos carros e poucas vagas. Resultado: dificuldade para os motoristas que querem parar nos estacionamentos públicos. Em toda a cidade, é preciso ser persistente e ter muita paciência.
“Hoje eu dei sorte. Estou com meu pai, que é deficiente e precisava de uma vaga perto”, comenta o comerciante Célio Aragão.
“É muito difícil conseguir vaga. Dependendo do lugar, nem vou de carro, uso o ônibus”, diz a estudante Danha Diamante.
“Às vezes você paga alguém para cuidar do seu carro e, quando volta, o carro está batido”, aponta a cabeleireira Kátia Regina.
Foi exatamente o que aconteceu com o empresário Silmer Gomberg, que pagou R$ 2 e estacionou numa vaga rotativa no Méier. Quando voltou, duas horas depois, percebeu que o pára-choque estava amassado. Ele chegou a procurar o guardador, que já tinha ido embora.
“Eu acho que o cidadão é lesado nesse caso. Ou deveria haver um período único de estacionamento ou as pessoas deveriam ser mais responsáveis”, reclama ele.
Esse tipo de problema não é enfrentado apenas pelos motoristas que param o carro em vagas públicas. Até os que escolhem os estacionamentos particulares para garantir a segurança do veículo podem ter uma dor de cabeça a mais.
É o caso da auxiliar técnica Bertha Pinheiro. Em dezembro de 2004, ela parou o carro no estacionamento de um supermercado na Zona Norte da cidade. Fez as compras em uma hora e meia. Quando voltou, encontrou o carro arranhado. A auxiliar técnica procurou o serviço de atendimento ao cliente, que pediu três orçamentos do conserto. Até hoje, a situação não foi resolvida.
“Ninguém quis assumir nada no supermercado. Eu procurei o gerente, o responsável pelo SAC. Eu senti que colocaram em dúvida a minha palavra, foi como se me chamassem de mentirosa. É a palavra deles contra a minha”, lamenta ela.
O Sindicato das Atividades em Garagem informou que todos os estacionamentos privados são obrigados a ressarcir os motoristas. Para isso, é preciso uma prova de que o carro foi danificado na garagem, como a fita do circuito interno ou vestígios no local.
Já a prefeitura diz que não tem a obrigação de pagar o conserto se o carro for danificado nas vagas da CET-Rio. Segundo a prefeitura, a segurança dos veículos estacionados nos logradouros públicos é de responsabilidade da Secretaria de Segurança do estado.
Sobre isso, a Polícia Militar diz que o dono do carro deve chamar um policial para fazer o registro da ocorrência ou prestar queixa na delegacia. |
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